Quando o toureiro erra o olé… Eñe Rio de Janeiro

Eñe, restaurante espanhol contemporâneo, com duas localizações: Rio e SP. Proposta moderna, ambiente legal… tudo para mais uma noite perfeita de comida e bebida, certo? Bem… mais ou menos…

Peguei a Niemeyer no último sábado a noite pra conhecer a nova proposta da culinária espanhola ao lado de casa. Tanto se fala desses espanhois, até a Copa eles ganharam… confesso que a expectativa estava alta alta.

O Eñe fica no interessante Hotel Intercontinental, em São Conrado. O hotel estava bem vazio, sinal de inverno no Rio, mas ostenta decoração e conservação imponentes, como deveria ser. Saindo do vazio corredor de obras de gosto duvidoso, a primeira impressão do restaurante é adequada. O salão, relativamente pequeno, é muito bem decorado e a cozinha, convenientemente exposta através de um imenso vidro, dá o ar da graça de um restaurante moderno.

Gostei da carta de vinho 98% espanhola do restaurante, já que o objetivo era “entrar no clima”. Tinha opção pra todo gosto e bolso sim, nada muito exagerado. O couvert foi servido (jamóns diversos) com pãezinhos de cebola (bem gostosos, mas poderiam estar quentinhos – pensei no mimo), mas a teoria é melhor que a prática… o couvert é meio sem-jeito, sabe? Fica um monte de “salaminho” (pra sacanear) ali no meio da mesa, o pão que não combina (não pode fazer sanduíche, eu pensei nisso também).

Depois disso, pra animar a festa, veio uma linguicinha interessante… na verdade em BH, num bar do mercado central faria mais sentido aquilo, mas vai que é uma tradição espanhola, né? Pedimos duas entradas pra não ser injustos: patatas bravas (isso eu sei que é tradição espanhola) e lulas elegantemente vestidas (pensei logo num terno ou gravata borboleta): duas decepções. A batatinha só é legal pela forma que é servida, um cilindro recoberto com um recorte da casca da própria batata, mas o gosto não impressiona. A lula não vou nem comentar. Vou sim, péssima, sem gosto, sem graça, pior que as que são servidas nos quiosques de praia e sem nenhuma elegância.

Já que a comida não ajuda, vamos parar de inventar moda e pedir logo algum prato que não dê pra errar: paella marinera. Pronto! Agora sim vem algo suculento e tipicamente espanhol, pra todo mundo esquecer as entradas. Afinal, entradas são só entradas… mas a paella estava péssima. Sabe quando seu cunhado inventa moda de copiar uma receita do chefe e fazer um prato novo no domingo quando tudo o que vc queria era uma boa feijoada ou uma picana mal-passada? Foi assim que eu me senti com a paella do Eñe. Salgada, mal preparada, mal servida… impossível elogiar.

Ainda tivemos coragem de pedir a boa sobremesa do lugar (ufa!), mas isso não salvou a decepção da noite. O Eñe precisa melhorar muito a sua proposta gastronômica ou abaixar sua bolinha e se colocar numa faixa de restaurantes abaixo do que diz propor. Não dá pra ir num lugar que promete tanto e entrega tão pouco. #fail!

Notas:

Ambiente: 3,5
Serviço: 3,5
Pratos: 2
Sobremesa: 3,5

Nota Final: 6,3 – tão pouco tão caro.

Preço: $$$$ (não vale, juro)

Autor: hungrygoat

Chasing the perfect restaurant

Uma consideração sobre “Quando o toureiro erra o olé… Eñe Rio de Janeiro”

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